segunda-feira, 11 de março de 2013

O ‘chafurdismo’ em tempos de ‘barbosismo’


MARCOS DANTAS - Existem termos poucos usados e, portanto desconhecido da maioria dos brasileiros, quem sabe até mesmo do repórter de um jornal que ouviu do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, que além de chamar o profissional de palhaço, ainda mandou que este fosse “chafurdar no lixo”.

Confesso que se não fosse o todo poderoso presidente da corte maior da nação, até o momento eu não saberia o que era chafurdar. Considerando a ordem dada pelo ministro, então pensei no verbo...
Eu (não) chafurdo
Tu chafurdas
Ele chafurda
Nós (menos eu) chafurdamos
Vós chafurdais
Eles chafurdam

“Vá chafurdar no lixo” não seria um mando inusitado se este fizesse referência aos porcos que, ‘escreveu não leu’, estão chafurdando no lixo, no lamaçal, etc. O tratamento ríspido de Joaquim Barbosa ao seu interlocutor foi justificado em nota de sua assessoria, que o ministro do Supremo estava exausto e ainda com fortes dores nas costas.

Pensando no cansaço e nas dores do Ministro e nas perguntas do repórter, bem como no silêncio de Joaquim Barbosa (após a relatoria do mensalão) quanto a ‘defesa do seu nome para presidente’ em 2014. Mas, supondo que o chefe do STF entrasse na onda da política, fico a imaginar sendo ele eleito presidente da República... sua reação ao assédio da ‘imprença’, bem como o emaranhado partidário que ele teria que brindar com cargos em troca de apoio no Congresso. E pensar que o seu cansaço e as dores lombares aumentariam tanto...

Mas em tempos de escassez de gente séria para assumir de fato uma liderança forte na esfera política tanto aqui, como em outros países, eleger comediantes, ministros do Supremo, palhaços, atletas de artes marciais, jogadores de futebol, pugilistas, cantores de forró... é mais que normal para quem por toda vida é tratado como se fosse palhaço (pejorativo), os brasileiros e brasileiras que em sua maioria, pensa pouco na hora de votar; assim, ano que vem (2014) teremos mais um teste nas urnas.

O discurso para angariar votos deve ser o básico, nem precisa falar de projetos, basta dizer que mandará políticos profissionais para casa (cadeia). Contar algumas piadas, satirizar o próprio cargo para o qual pretende ser eleito, falar qualquer coisa que agrade a maioria dos torcedores de algum time grande, em resumo, falar o que a maioria quer escutar, é o bastante para o eleitorado ungir este ou aquela para salvar a pátria.  

É hora de se começar a chafurdar! Não no lixo, mas na nossa consciência, em nossas memórias, com a intenção de não se permitir sermos o ‘lixo eleitoral’ no qual a cada pleito os politiqueiros plantonistas reviram para garantir a sua subsistência a exemplo de um deputado federal contrário ao fim dos 14º e 15º salários, pois o fim destes tirou-lhe a condição de atender eleitores que lotavam seu gabinete todos os dias em buscas de doações, inclusive de caixões de defuntos...