MARCOS DANTAS - Isto comprova a FALTA de uma liderança FORTE
nos âmbitos municipal, estadual e nacional, e leva 'saudosistas' e aqueles que
não conhecem de fato uma ditadura militar, ou desnorteados pela ausência de
liderança confiável, ou mesmo por falta das benesses que a ditadura lhes
concedia, pedem o que não deviam pedir.
Depois da redemocratização na década de 1980 para cá, ainda
não tivemos um governo que durante a gestão ou após esta, não haja indícios,
flagrantes, ou denúncias de corrupção. A maioria dos integrantes da classe
política nos municípios, estados e federação, está comprometida com a corrupção
ativa ou passiva.
Alguns dizem que os executivos e legislativos 'são a cara do
povo'. Infelizmente a maioria do povo vota mesmo em desonestos, sabendo que o
são, em troca de vantagens das mais variadas possíveis, e razões que a própria
razão desconhece. Contudo há os que são em verdade seletivos e querem uma
mudança efetiva na forma de se praticar a política como arma administrativa
para o bem comum.
Nem tudo, ou nem todos, é lama, ou são fétidos na ‘pirâmide’
política que ‘manda e desmanda’ em favor ou contra a maioria que os consagrou
representantes destes. É com essa minoria de políticos ainda confiáveis que o
povo brasileiro pode contar para que haja uma justa administração que faça jus
à Democracia e que seja de fato um governo do povo para o povo.
Ano passado o Sr. Geraldo Alckmin (governador de São Paulo) criticando
a impunidade disse “o povo não sabe de um décimo do que se passa contra ele
próprio - Se não, ia faltar guilhotina para a bastilha, para cortar a cabeça de
tanta gente que explora esse sofrido povo brasileiro”...
Certamente que Alckmin devia estar se referindo à Revolução
Francesa entre 1789 a 1793 surgida pela patente desigualdade social que
imperava naquele país que vivia em um enorme abismo sócio-econômico que
separava a nobreza do restante do povo. Havia injustiça até mesmo na hora da
execução de um condenado, de acordo a sua origem social. Enquanto os nobres
podiam ser apenados à espada (etc), e a classe popular era esquartejada, ou
queimada viva. Da nobreza, as famosas ‘vítimas’ da guilhotina foi o próprio rei
Luis XVI e Georges Danton, um dos líderes populares da revolução.
Em se tratando do Brasil, em que vale ressaltar, o abismo
que existe entre a classe política dominante, e o povo, no que diz respeito aos
privilégios, é de se comparar à realidade vivida pelos franceses no Século
XVII. Mas daí, em retroceder e clamar pela volta do regime militar, ou,
radicalizar com a implantação da guilhotina, lembrada e, supostamente sugerida
pelo Sr. Alckmin, seria no mínimo irracional, pra não dizer desastroso. Embora,
se se consultar a população dando as opções entre a ditadura militar e a
guilhotina, é quase certo que a invenção do médico político Joseph Ignace
Guillotin seria a vencedora.