segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

A velha vida no ano novo



MARCOS DANTAS - Ledo engano de quem pensa e acredita que tudo é novo no ano que começa. Mudanças são possíveis quando queremos e fazemos valer novas atitudes e compromissos conosco e com o próximo e em especial a sustentabilidade. Bem diz o escritor Carlos Heitor Cony - Ano novo, vida velha. A vida é mais do que calendários, fusos ou órbita gravitacional.

Mesmo com todos esses milênios de costumes vividos e revividos muita gente a cada fim de ano incorpora o frenesi dos últimos dias, das últimas horas do ano que finda, e protagoniza o corre-corre às lojas, supermercados para as compras, como se não houvesse mais de uma dezena de luas a ser observadas no ano seguinte. E tudo fará sentido se os racionais fizerem como fazem os irracionais, comerem apenas na medida da fome, e protegendo seu habitat.

Novo mesmo só as novas atitudes que podem ser tomadas e assim promoverem as novidades para cada ano novo que se deseja. Aliás, é sempre bom um dia novo, uma semana nova, um mês novo... uma nova pessoa que nasce das cinzas da antiga, sepultada com os velhos problemas do ano velho. As doses que deveriam virar de verdade para dentro de cada um, seria a do planejamento, misturadas às metas para o ano que se inicia com sustentabilidade para você, sua rua, seu bairro, sua cidade, seu estado, seu país inserido neste planeta de água, chamado Terra.

Falando nisto (velhos problemas no novo ano) estes trespassam os limites da zero hora para a virada e acompanham os mortais a partir do primeiro segundo do ano novo que, após ser recebido com fogos, gritos, danças, rezas, champanhe, beijos, abraços...; e depois da ‘ressaca’ surgem como fantasmas assombrando muita gente com o aluguel vencendo, as contas de luz e água que a ‘virada’ não conseguiu parar os tais relógios...

Tem mais! O cartão de crédito, lembra-se dos presentes? E a prestação do carro? O seguro, os móveis novos a serem pagos nos 12 meses... Mas o ano velho se foi, agora é tudo novo! Só na imaginação e no calendário é que de verdade o ano é novo. A velha conhecida rotina faz que os pés sejam tirados das nuvens e impactem o solo da mãe terra que tem uma ‘virada’ na sua rotação de 360º a cada 23 horas 56 minutos 4 segundos e 9 centésimos. Enquanto que os terráqueos ao ‘longo’ dos seus poucos anos de vida espera 365 dias para a tão aguardada e merecida virada com sabor de virar a mesa do jogo da vida que, como um espelho, insiste em mostrar-te como você realmente é, com todos os problemas do ano velho e mais os novos do novo ano. Contudo, viva 2014 como se fosse o último ano de sua vida.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Minha vida mudará em saber da vida alheia, mesmo pagando por isso?



MARCOS DANTAS - Que existe mídia especializada que vive buscando ‘polêmicas’ para atrair àqueles que gostam de ouvir e discutir futilidades, isto é notório, o assunto ‘biografias não autorizadas’ é um deles, ocupou e ainda ocupa grande espaço dos noticiários como se isto fosse o de mais importante para o país. Agora será o STF (Supremo Tribunal Federal) que dará o veredicto sobre as ‘não autorizadas’, diante de ação impetrada por editores, enquanto que a ABL (Academia Brasileira de Letra) entrou com outra ação que dará auxilio ao STF. Se não fosse o caráter de cerceamento ao direito de expressão, certamente eu seria um dos que não perderia tempo na formação dessas ‘mal-traçadas linhas’.

Mas o oficio de ‘candinha’ fascina milhares de pessoas em todo o mundo, bisbilhotar, futricar, comentar a vida alheia virou regra para alguns. Lembro-me de quando em tenra idade, bem na praça onde servia de encontro para os namorados (ainda não existiam ficantes) localizava-se a casa de dona Miúda que, pelas frestas das janelas, tomava parte a ‘miúdo’ da vida amorosa dos jovens apaixonados, que sem ser autorizada, ia parar nos ouvidos do professor ‘Kute’ (José Alves da Mata Júnior) que, caprichava na argüição e, quem titubeava em responder, logo vinha a ‘indireta’ observação – se tivesse estudado mais ao invés de ficar com pouca vergonha na praça, saberia responder – quase que a classe inteira (meninas e meninos) se entreolhavam...

A biografia não autorizada, ou seja, a possibilidade de vir à tona, em forma de livro, a vida, inclusive íntima, de ‘famosos’ incomodou bastante nomes como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque, Milton Nascimento, Djavan, Erasmo (defensores das biografias ‘chapa branca’) e Roberto Carlos (este último voltou atrás e abandonou o grupo dos contras). A posição contrária desses e outros famosos, quanto a publicação de suas vidas pregressas, deixou perplexa muita gente que os conhece e admira desde tempos idos, onde estes, eram totalmente contrário a qualquer tipo de censura (leia-se ditadura militar); pegou muito mal para essas figuras da Associação Procure Saber, em momento que a nossa democracia amadurece e eles querem estabelecer uma espécie de pré-censura.

Noves fora o direito dos biógrafos de publicarem tais escritos sem autorização, de ganharem dinheiro em cima da ‘candinhagem’ dos figurões da vida artística, ou de outros setores da sociedade; ainda o direito dos supostos biografados de não terem suas vidas expostas em livro, ou de ‘ganhar algum’ pelo trabalho dos biógrafos; qualquer ensaio de censura é por deveras vergonhoso. Particularmente, não me interesso pela biografia de nenhum desses ou dessas famosidades. E para quem tem alguma dúvida sobre seu interesse ou não pela vida destes, é só perguntar para si: em que mudará minha vida ou a do meu semelhante, por saber da vida alheia, mesmo tendo que pagar por isso?

O ‘famosismo’ mantém seleto grupo de privilegiados que pouco se importa com a vida que levam seus milhares de fãs, seguidores, e da maioria do povo brasileiro, com a fama midiática associada a muito dinheiro. Aquilo que mais é proibido aguça a vontade de se ver, experimentar, conhecer... sobretudo quando já existe a predisposição de se querer saber da vida alheia. Igual no mundo dos negócios, a lei da oferta e da procura dita regras, quanto menos possibilidade de acesso ao desejado, mais caro fica o produto. Então será um ótimo negócio para biógrafos, ‘estrelas’ e editores que terão nos milhões de curiosos a fonte quase inesgotável do prazer em encher as burras com a venda das ditas cujas não autorizadas.

domingo, 29 de setembro de 2013

Faça que nem o Obama, dê uma ‘espiadinha’ neste texto


MARCOS DANTAS - Quando em junho passado vi ruas, praças e avenidas das principais cidades do meu Brasil varonil (país rico é país sem corrupção), lotadas de gente protestando, vendo ainda o clima de violência patrocinado por grupos minoritários, seja de civis ou de policiais, acabei, em seguida, ficando estupefato com o ‘grampo’ generalizado por parte dos EUA em cima de nós brasileiros.

Se por um lado é ruim ser espionado, por outro se tem uma sensação de importância por saber que o Barack Obama se interessa por mim(?!), por você e até pela presidente Dilma e pela nossa Petrobrás, e por tantas outras pessoas e empresas...
Adianto que, nem condeno e nem absolvo o maioral do povo estadunidense, e como disse Jesus, quem não tem pecado que atire a primeira pedra! Vide ‘mensalão, mensalinho, e o fadado julgamento deste, com o tal embargo indecente, digo, infringente, e os ‘donadons’.

Quanto aos protestos juninos, esperei que a reação dos que foram alvos diretos (políticos) das manifestações, fosse a contento. Porém nada se viu, nada mudou, tudo continua como “dantes no quartel de Abrantes”; salvo algumas encenações para desviar a atenção do foco dos ‘protestantes’ que, parece ter servido de cala-boca. O retorno ao valor antigo das passagens foi o ‘mel na chupeta’ para fazer ‘o gigante’, aquele que dormia, voltar ao seu doce e terno sono. Uno-me às vozes juninas das ruas e brado - eles não me representam!

Já a ‘espiadinha’ indiscreta do Obama sobre ‘nossos segredos’ não é de tudo condenável pois não sei quanto a outros povos, mas a maioria de nós basileiríssimos gostamos de futricar a vida alheia, xeretar a intimidade do próximo. Temos até ‘mídia especializada’ no ofício de ‘candinha’ dos famosos, onde horas e horas na TV e no rádio; páginas inteiras de jornais e revistas, são consumidas explorando notícias(?) sobre algum jogador de futebol que saiu com alguma dessas top model de plantão (prostitutas socialites); ou sobre o ‘chifre’ que alguém do meio artístico colocou sobre seu par, além da exploração exacerbada de detalhes sobre crimes, sem a conotação de se educar para a contenção da violência, mas tratando desta de forma sensacionalista, espalhando o terror e o medo como vendendo estes para a população desesperada ‘comprar segurança’, ou ficar refém desses sentimentos, trancafiada em sua própria casa. O quê acrescenta de positivo em você, esse tipo de informação?

Enquanto o povo se diverte com o excesso de programas esportivos, criminal, fofoqueiros, programas de auditórios idiotas, e as famigeradas telenovelas (pão e circo), lá em Brasília e por todos rincões de nosso País, onde há um político (raríssimas exceções) o roubo, a corrupção, o crime contra o dinheiro público, os altos salários (nos poderes da república), os desvios de verbas, o favorecimento a apaniguados, as sentenças vendidas, o superfaturamento, o corporativismo, o desrespeito cruel contra a população grassa em meio ‘aos colarinhos brancos’, que se banqueteiam nos ricos gabinetes e nos luxuosos veículos, quando mais dinheiro do povo que poderia ser melhor aplicado em educação, saúde, saneamento, moradia, e outras necessidades básicas, se esvai no custeio milionário de viagens, na sustentação da ostentação desses senhores(as) feudais em detrimento da miséria em que vive a maioria do povo brasileiro. Onde está o crime de Obama em nos espionar, quando quem deveria, não cuida bem do seu próprio povo?

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Vaias à Dilma são extensivas a quantos políticos mais?



MARCOS DANTAS - Em conta rápida encontramos que a presidente Dilma Rousseff é apenas mais uma somada aos 81 senadores, 513 deputados federais, centenas de deputados estaduais, 5.565 prefeitos, e milhares de vereadores espalhados por todo esse Brasil e que certamente compartilham com a representante maior da Nação, e de todos os políticos (raras exceções), a sonora vaia que recebeu quando da abertura da Copa das Confederações.

Fato é que, a onda de protestos tomou conta do País e o que mais chama a atenção é que as manifestações não são lideradas por nenhum político, não tem bandeira partidária... Sociólogos, e pesquisadores do comportamento humano se esforçam por entender o ‘fenômeno’ mas já atribuem a mobilização à Internet, por meio das redes sociais, utilizadas em outros países como veículo para denunciar e articular protestos semelhantes aos que ocorrem atualmente no Brasil.

Novesfora os atos de vandalismo (patrocinados por quem?) que resultam em depredação de patrimônios público e privado, por parte de grupos que tenta apagar o brilho das manifestações, todos os brasileiros, tão bem representados por esses milhares de patrícios (inclusive pelos que moram no exterior), que durante esses dias vão às ruas demonstrar a insatisfação com a forma como este País está sendo conduzido há anos, não escondem que estão de almas lavadas lotando ruas, avenidas e praças exigindo dos que estão a frente do estado, o mínimo de respeito!

E maio próximo passado, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em discurso, criticou a impunidade no Brasil dizendo que o "povo não sabe de um décimo do que se passa contra ele...", "se não, ia faltar guilhotina para a Bastilha, para cortar a cabeça de tanta gente que explora esse sofrido povo brasileiro". Se o tucano paulista resolveu dar a entender que sabe desse ‘segredo’ é porque certamente sabe muito mais do que quis dizer. Inclusive foi um dos primeiros a classificar a manifestação do povo de ‘baderna”, de “vandalismo”, e colocou sua força policial contra os manifestantes, que bateu pra valer em quem desafiou o regime autoritário paulista.

Mas quando você pensa que nada mais pode ficar pior nesse Brasil varonil, eis que as majestosas autoridades, em especial lá de Brasília, do alto de suas ‘santas inocências’ declaram que estão por entender do porquê das manifestações... Senhores(as) autoridades, só para ajudá-los a conhecer o Brasil que os senhores não conhecem, então apresento-lhes cinco pontos do quotidiano dos brasileiros:
1 – coloquem seus filhos para estudarem nas escolas públicas.
2 – marquem suas consultas médicas e odontológicas nos postos de saúde.
3 – viagem de ônibus, metrô e trem.
4 – peguem suas famílias e andem a pé a noite pelas ruas das cidades, a exemplo de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, e tantas outras...
5 – sobrevivam com 1 salário mínimo de R$ 678,00...

Nem o futebol, uma ‘paixão nacional’, em tempo de copas (confederações/mundo) está sendo suficiente para conter as multidões em casa. O povo não aceita mais o ‘pão e circo’, despertou do sonho que virou pesadelo quando bilhões de reais são gastos em estádios, com obras superfaturadas, enquanto serviços essenciais são oferecidos à população com baixíssima qualidade. Desta vez a ‘pátria de chuteira’ dá uma goleada de cidadania e grita para os ‘des-governantes’: sou seu patrão, pago e muito bem a vocês para administrarem para mim, e chega de malandragem! Não aceitamos mais esse sistema corrupto de administrar que não respeita quem paga seus altos salários e mantêm suas mordomias!

As vozes das ruas clamam que não suporta mais o fisiologismo partidário, as negociatas de gabinetes, as propinas, a venda de mandatos e legendas que se transformam em maior tempo nos horários políticos eleitorais. Respeito! É o que o povo quer. Onde está a dificuldade de entendimento dos que dizem não entender ainda as manifestações, será que é preciso desenhar mais do que isso? Reforma política e tributária também são bandeiras de reivindicações. Os 20 centavos de aumento nas passagens foram apenas a centelha que acendeu a grande fogueira que começou a queimar esse sistema viciado e o transformará em canal que viabilize de fato o desenvolvimento a e distribuição de renda de forma justa e eficaz a ponto de acabar com a pobreza no País.

sábado, 15 de junho de 2013

Brasil, a democracia do silêncio



MARCOS DANTAS - Inacreditável... mas o povo que vota (ainda que mal) em seus des-governantes, ‘leva pau’ a mando dos próprios. A ordem é: não gostou? Fica calado! Mas as pancadas que o povo leva são justificadas sob o pretexto de se manter a ordem, então; tropa de choque nele!... infelizmente, alguns com interesses desconhecidos se infiltram nas manifestações e praticam o desrespeito, a depredação do patrimônio público (do povo, não dos políticos) ou privado. E assim, o direito constitucional à manifestação é só para ‘inglês ler’.

Em verdade, a maioria dos que é eleita com o voto do povo não gosta das manifestações quando estão no poder. Toleram opositores e as críticas porque não conseguem tapar totalmente a boca dos oprimidos de uma forma ou de outra. Ideal seria se ‘suas majestades’ pudessem se isolar em seus ricos gabinetes com tampões nos ouvidos para não escutarem as vozes das ruas, seria o paraíso...

O mais engraçado para não dizer, trágico, é que a verba que patrocina a ‘blindagem’ de suas excelências, sai dos bolsos empobrecidos da população mega-explorada pela pesadíssima carga tributária sobre ‘cada caixa de fósforo’ que é comprada. Botar a polícia, a tropa de choque, as forças armadas, todo meio de repressão (segundo oferta do ministro da justiça) em cima do povo desarmado é mais fácil que reduzir impostos, cortar o déficit público, o gasto exorbitante para manter as máquinas administrativas (municipais, estaduais e federal) funcionando para atender as demandas partidárias, e a sede de poder de grupos interessados em se perpetuarem no poder, via de regra nos quatro cantos do planeta.

A insatisfação generalizada do povo brasileiro com a classe política dominante é patente em todos os quadrantes desde país. O povo sabe do altíssimo custo que é para sustentar no alto da pirâmide (com salários altíssimos) os ‘soberanos’ do executivo, legislativo e do judiciário; sem o retorno satisfatório para quem necessita de saúde, educação, transporte, segurança, justiça, e outros serviços públicos essenciais com qualidade compatível aos salários que suas excelências recebem, além das benesses (mordomias) constitucionais que os cargos requerem; em detrimento do mísero salário mínimo que a maioria recebe e ‘se vira nos trinta’ para sobreviver e ter que ficar quieto, aplaudindo os ‘intocáveis’ que não querem o povo na rua exigindo seus direitos.

O tragicômico ainda é ter que ouvir as ‘competentes autoridades’ dizerem que três, quatro, cinco mil pessoas nas ruas protestando não representa a população brasileira. Classificam esse número de mínimo, pois igual a votos para o elegerem, eles necessitam de centenas de milhares, milhões para acreditarem no repúdio do povo que cresce a cada manifestação, o que já fez até a ‘grande’ imprensa, parte dela subserviente, reconhecer o imensurável grito das ruas. Seria por que alguns dos seus profissionais sofreram na pele o peso da repressão que dantes já chicoteava o povo? E os senhores (que não governam para a maioria), representam verdadeiramente todos os brasileiros?

Precisamos de imprensa que dê a seguinte manchete: “Brasil, uma democracia do silêncio”, editoriais, artigos, matérias escritas, com o mesmo espaço, análise, pormenores a que dedicaram às ‘primavera árabe’, primavera isto ou aquilo... Será que não estamos no limiar de uma ‘primavera tropical’? Não seria a hora de perguntar, analisar, comentar sobre o medo que os mandatários brasileiros têm do povo nas ruas? Por que será que reprimem com violência, e chamam de vândalos e baderneiros àqueles que o elegeram? É chegada a hora da imprensa se redimir e abrir espaço e defender o povo, com a mesma ênfase que deram a uma dissidente da repressão Cubana, de passagem pelo Brasil.

domingo, 9 de junho de 2013

O dia em que fiquei velho no ‘webtecnoSéculo’ XXI



MARCOS DANTAS - Envelhecer ainda é a única maneira que se descobriu de viver muito tempo - diz Charles Saint-Beuve.
O dia em que se fica velho, você nunca esquece... é como a primeira vez. Por exemplo, nunca esqueço da minha primeira vez no telefone público, quando usava ficha (Local/DDD) foi simplesmente demais! A primeira viagem de ônibus então, uma aventura! O toca-disco portátil, que maravilha. E o primeiro beijo? Reservo-me no direito de não revelar... Mas a minha primeira vez dirigindo o Aero Willes, do meu saudoso irmão José, foi uma coisa do outro mundo. Mas incrível mesmo foi a primeira bicicleta e a primeira vez que vi o mar...

Nos últimos dias do outono, próximo ao inverno, quando as temperaturas são mais amenas, dois senhores (on-line e off-line) bem agasalhados e usando cachecol conversavam sobre o passado, e um deles observou para o outro: - acho que estais ficando velho, não falas de outra coisa a não ser do passado... ao que o outro retrucou: - não pense que sou tão velho pois até já acessei a internet quando era conexão discada (aquela do barulhinho) e ainda tenho uma conta no orkut...

Um conhecido lá do interior contou que o dia que ele percebeu que estava ficando velho foi quando na capital perguntou à uma moça onde ficava determinada rua e esta reverente e respeitosamente informou: - o ‘senhor’ segue por esta avenida e depois daquele prédio verde, vire a direita. Então me lembrei de quando no portão de uma casa de repouso onde fui fazer uma matéria sobre a terceira (melhor) idade, duas jovens a quem pedi licença para entrar disseram: - pode passar ‘tio’...

A confirmação da minha suspeita se deu por ocasião do reencontro com um amigo que há muito não via e ele, que dantes já ostentava barba e cabelos grisalhos, logo ao me ver observou: - cadê sua barba e cabelos pretos? Comentei pensativo: o tempo passa né, amigo? Porém, o retrato da marca do tempo estava escancarado quando revi amigos dos belos tempos da adolescência; como estavam velhos! Rugas, cabelos brancos, barriga dilatada; e as ‘meninas’ então (flacidez, celulite, estria), coitadas... todas velhinhas, não pude conter o riso (para dentro) por instantes.

Em compensação, todos tinham ‘encontrado seus caminhos’ de acordo suas escolhas sendo que a opção mais marcada foi a de constituírem família, garantindo assim este ciclo da vida do qual muitos não conseguem comemorar 50 anos de idade. Sabe o que é isto? Metade de 100 ANOS... gente do Século XX vivendo neste ‘webtecnoSéculo’ XXI com seus banner, iPod, iPhone, blogs, software, cookies, download, attachment, fotolog, upload/update, wireless, banda larga, facebook, 3G e 4G, chat, e-mail, notebook, tablets, etc... esta é também a era dos velhos ‘amigos digitais’ os quais podemos chama-los de on-line (vividos) e off-line (morridos).

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Esfriamento/aquecimento global e a ‘dança da manivela’



MARCOS DANTAS - A mídia alarmentista estupra a cada dia os ouvidos de milhões de pessoas despejando o sêmen do medo, da intranquilidade no útero carente de notícias de indefesos cidadãos do mundo inteiro. Entre tantas e tantas pautas diárias, o aquecimento global ocupou amplo espaço nos noticiários em todos os quadrantes deste planeta que deveria chamar-se Água. A área da climatologia, como em todas as áreas, existe os bons e maus profissionais, portanto os cientistas (raríssima exceção) sabem que ‘todo homem tem seu preço’, que prove ao contrário a maioria dos políticos e dos que adulteram o leite ou seja lá qual for o produto ou bem de consumo(...). Saliento que o toque de ‘deboche’ para falar de algo tão sério, é em protesto à censura imposta para o ENEM/2014 que eliminará a criatividade, a arte do deboche saudável nas redações, sem o resultado cínico dos debochadores do povo, dissimulados na classe política.

Assim a ‘bobotéia’ (platéia de bobos) acreditou esses anos todos em um aquecimento global ‘fabricado em luxuosos escritórios e estúdios cinematográficos’. Mas desde o ano passado que o ‘aquecimento global é desmentido’ mas só agora é que a grande(?) imprensa, noticia o fato. Para se ter ideia, a principal revista dos estadunidenses (New York Times) estampou na capa de uma das suas edições no ano de 1976 que nos próximos anos ocorreria o esfriamento do planeta a tal grau que se retornaria à ‘era do gelo’. “O que se tem visto é que os lugares que sempre foram secos e quentes, ou gelados, continuam da mesma forma ao longo de todos esses anos”. O que dizer do deserto do Saara, e das nevascas em muitos países do hemisfério norte, e na Europa?

Passaram-se três décadas e nada do publicado pela revista, segundo os cientistas da época, aconteceu; então de virada, uma nova ‘propaganda alarmentista’ passou figurar nas manchetes internacionais, o aquecimento global. Igualmente nos anos passados, novos elementos de pesquisas foram ‘elaborados’ para levar a público uma catástrofe sem precedente na história. Pesquisadores independentes, ou seja, àqueles não pertencentes a institutos sustentados por algum governo ou grupo econômico dominante, interessado no superesfriamento ou superaquecimento global, afirmam que esse processo quente-frio no planeta “é próprio dele” e, por isso fica descartada a afirmativa de que a interferência humana influencie no clima global. Dia desses, em um site de determinada ONG, de acordo ao programa, fiz uma projeção de sustentabilidade mediante a modesta vida que levo, e fiquei pasmado ao ver o resultado: eu precisaria de 2,25 planeta terra para continuar vivendo... é uma total paranóia! 

É claro que nem por isso se devem abandonar as questões ambientais, é preciso estimular a consciência da sustentabilidade, pois os projetos em curso (tratamento de esgotos, aterros-sanitários, áreas de preservação permanente, reciclagem do resíduo sólido, controle do agrotóxico e da poluição industrial, etc.) são importantes para defender e preservar o ambiente em que se vive. Deixar a rua, o quarteirão, o bairro, a cidade, melhor do que encontramos para nossos filhos, netos, bisnetos... Ainda segundo esses pesquisadores independentes, a atividade econômica/industrial no planeta desde que, obedecendo ao mínimo das normas e técnicas ambientais para que não cause risco ao homem (fauna/flora), ela é benéfica ao planeta “pois quanto mais carbono na atmosfera, mais o planeta é estimulado ao afloramento de recursos que absorvem o CO2 (dióxido de carbono) e isto se traduz em uma terra cada vez mais produtiva. Diante dos fatos, chegamos a conclusão de que as ‘hecatombes’ do esfriamento e do aquecimento global tem muito e tudo a ver com Hollywood onde ‘rios’ de dólares inundam a indústria cinematográfica.

Fato é que, nesta atmosfera humana não sabemos mais em quem ou em quê acreditar. Não temos mais a segurança de afirmar se isto é mesmo isto, e se aquilo é mesmo aquilo... Enquanto a ONU (Organização das Nações Unidas) investiga a veracidade das denúncias sobre manipulação de dados quanto ao ‘escândalo do clima’ continuemos assistindo, de preferência, sentados, esse blá-blá que, se quisermos podemos aplicar o melô com a ‘dança da manivela’ dizendo que: aqui tá quente, aqui tá frio, muito quente, aqui tá frio, aqui tá quente, aqui tá frio, muito quente, aqui tá frio(...).

SUGIRO AO LEITOR QUE ACESSE ESSES LINKS E TIREM SUA CONCLUSÃO:

domingo, 28 de abril de 2013

Enquanto isso na sala de ‘in-justiça’ da CDH e Minorias...



...EM CAMPANHA POLÍTICA ‘SE FAZ O DIABO’. ASSIM SENDO, QUEM NÃO TIVER PECADO, QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA...

MARCOS DANTAS - É mesmo que ‘cantiga de grilo’ o que já se ouviu falar do pastor/deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP). Referido deputado que era apenas conhecido por seus eleitores no colégio eleitoral paulista e por membros de uma das vertentes da igreja (Assembléia de Deus) a qual faz parte, depois que foi eleito presidente da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias, ganhou notoriedade ‘gratuita’ em todo Brasil e, fora dele, pela sua postura controvertida frente a uma Comissão ‘espinhosa’ de ser presidida especialmente para quem tem pontos definidos dentre outros temas “união civil de pessoas do mesmo sexo”, “negritude”, etc...

Entre tantas falas e ‘desfalas’ do Marco Feliciano destaca-se a que ele se justifica afirmando que uma coisa é ele falando como (deputado) presidente da CDH e Minorias, e outra coisa é ele falando como pastor... se é possível separar o homem de suas falas de acordo o seu ofício do momento então não sei por que de tanta falação sobre quem depois do seu envolvimento com os percalços com tal Comissão, ostenta mais notoriedade que a presidente Dilma e outros pré-candidatos ao Planalto em 2014. Injustiças à parte, este artigo cita o nome do deputado nada menos que onze vezes, e assim ele ganha mais um ponto...

A CDH e Minorias é uma bucha de canhão, e os partidões ratearam as comissões ‘mais importantes’ entre si, restando justamente a de Direitos Humanos (importante para a MAIORIA das MINORIAS) para o PSC do Feliciano. Aí começou a ‘ladainha’ sem fim. Não defendo e nem acuso o pastor/deputado Marco Feliciano, até porque ele tem o direito de está presidente da Comissão, pois fora eleito ‘rateadamente’, digo, democraticamente pelos seus pares lá em Brasília. Admirei sua firmeza em dizer que renunciaria seu direito de dirigir a CDH e Minorias, se também os ‘mensaleiros condenados’ renunciassem seus postos na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Ponto para o Feliciano!

Do lado de cá, por trás do teclado do meu PC, frente a esta tela fria do monitor, continuo me perguntando o quê faz um pastor metido com a política. Será que querem ‘religiosijar’ a política, ou ‘politicalizar’ a religião? Essa prática tem demonstrado ao longo do tempo que as duas versões são fatos. Porém, isto não seria tão escandaloso se não fosse a mistura, a mística que se cria em torno de nomes de ‘escolhidos’ como se fossem salvadores ungidos da pátria, ávidos ou bem pagos para defenderem a denominação ‘a’ ou ‘b’ através dos palanques, digo púlpitos, nestas igrejas que estão mais para votação que evangelização. O DEUS criador dos Céus e da Terra (Gênesis 1:1) carece de bancada evangélica para defender ou respaldar a sua Obra?

Contudo, pelo sim, pelo não, o até outro dia desconhecido Marco Feliciano que engrossava o número de deputados que compunha a ‘bancada evangélica’ virou manchete em todos os noticiários. O que de início parecia o fim da sua neo-carreira política, fritado pela pressão dos grupos representativos das minorias, isto se tornou a alavanca de sucesso para o marketing político do deputado que, igualmente o número de defensores do casamento entre sexos iguais, e ‘pedem a cabeça’ de Feliciano, também o número de religiosos que defendem a irreversível posição do presidente da CDH e Minorias em não renunciar ao cargo, e ainda avalizam suas declarações consideradas homofóbicas e racistas, talvez supere em número contrário à permanência de Feliciano na Comissão.

Enquanto a população se distrai com a digladiação entre ‘as minorias’ e os evangélicos, os atos duvidosos da maioria, a barganha política ascende por trás das cortinas no centro do poder em Brasília. Quanto aos projetos, as discussões na Comissão dos Direitos Humanos e Minorias, ficam em segundo, terceiro, ou quarto plano; o que importa é o PSC ou seja lá que ‘p’ fosse, continuar sentado no trono, possesso pelo poder em detrimento às causas públicas. O partido e o deputado visualizaram rapidamente que o lucro com o debate que ganhou proporções negativas e que logo fora convertida em fator positivo (marketing) sobrepõe os anseios e o direito de cada um(a) fazer o que bem entender da sua vida, bem como o próprio Feliciano e todos que pensam igual a ele, também de pensarem e acreditarem assim.

O que não pode é, as parcelas da sociedade envolvidas nesta ‘batalha’ entrarem no ringue enquanto Feliciano e mais 512 colegas (raríssima exceção) se locupletam na orgia política que o cargo lhes proporcionam e que todos sabem da mordomia em que esses representantes do povo (maioria pobre) vive na capital federal. Aliás, a orgia política contaminou geral, pois faltando praticamente dois anos para as eleições de 2014, a campanha política se não ganhou as ruas ainda, porém a mídia nacional já virou palanque dos tais; mas como disse a própria presidente Dilma, em campanha política ‘se faz o diabo’. Assim sendo, quem não tiver pecado, que atire a primeira pedra, tanto em Feliciano, quanto nas minorias que buscam apoio nos Direitos Humanos e nos que necessitam da tramitação de processos na CDH para terem seus problemas resolvidos.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

A quem pertence, e quanto custa a notícia?


RESPEITEM A PEQUENA IMPRENSA, POIS A “GRANDE” NEM SABE DA SUA EXISTÊNCIA

MARCOS DANTAS - Entre uma frase e outra eis que surge uma notícia. Estou falando da informação escrita publicada em papel (jornal tradicional) ou em páginas virtuais (internet), fabulosa, mas ainda inacessível à maioria. Temida por muitos, a internet é ferramenta indispensável e porta de liberdade para todos... Mas, e a notícia, o controle desta, a quem pertence? Resposta: pertence a quem se interessa por ela. Pertence aqueles que se sentem mais do que meras criaturas de engrossamento do índice populacional da comunidade em que mora. Sem dúvida que um bom número de pessoas amadureceu no decorrer dos anos e exige notícia de qualidade, no entanto, a maioria prefere continuar “novelado” pois se manter informado é exigir demais para quem é satisfeito com programas de auditórios e BBBs.

Quem é da área, sabe que ‘fazer’ imprensa no interior é difícil. Primeiro que, antes do veículo de comunicação servir de canal para levar a informação ao público, ele precisa se manter e sustentar economicamente quem o representa, ou seja, quem o faz existir. Daí, percebe-se que a notícia tem um custo como qualquer produto nas prateleiras seja em uma pequena mercearia ou em exposição em um grande shopping. Igualmente a quem produz os bens de consumo e recebe por esse trabalho de produção, quem também produz a comunicação tem o direito sagrado de ganhar pelo que gera. Cabe ao consumidor de informação regular o ‘mercado’ noticioso pelo que quer consumir, notícia de boa qualidade, pagando por isso, ou deixar que a ‘notícia de terceira’ lhe chegue com porte pago por “interessados”.

Para pagar a quem leva notícia, sobram as prefeituras, porém, a maior parte dos gestores não respeita o princípio de liberdade de expressão e, ao acordar com um veículo de comunicação para que veicule algum informativo da referida administração, fica subentendido que, a partir daquele instante o tal veículo torna-se impedido de explorar qualquer assunto que não seja “determinado” de forma oficial. Até alguns auxiliares da administração se acham no direito de “policiar” e interferir na linha editorial. A solução para que as comunidades possam ter em seu seio uma imprensa livre é pagar pela informação. Uma fonte importante para possibilitar a existência de um veículo alternativo de comunicação é o comércio ao respaldá-lo com as publicidades de acordo o projeto de marketing da empresa. Por outro lado, não permite que o meio de comunicação fique a mercê do faturamento oficial que o impossibilita de questionar mesmo construtivamente quem o está pagando.

Fora isso, os consumidores de mídia alternativa poderiam pagar um preço simbólico (R$ 1,00) pelo exemplar de jornal alternativo. Isto garantiria a sobrevivência do veículo e mostraria aos mandatários antidemocráticos que eles estão prefeitos e que não são perfeitos a ponto de administrarem impecavelmente sem a ajuda crítica de um jornal, por exemplo. E por falar nisso, o administrador precisa ter em mente que o dinheiro que paga a determinado veículo de comunicação, é público, portando, deve divulgar os atos da administração, mas também deve ser a voz do povo para reclamar aquilo que não vai bem. Em todos os lugares, prefeitos e auxiliares acreditam que ao terem contrato com o meio de comunicação, automaticamente, passa a ser “propriedade” destes e que podem determinar o que deve ou não ser publicado, sob pena de corte do pagamento. Fazem a chantagem pois sabem que o povo não pagará pela informação e que o veículo de comunicação precisa de referida verba para se manter; uma triste realidade.

Nestas circunstâncias só resta a pergunta: fazer o quê, se o direito democrático à informação continua intimamente ligado ao poder político/econômico? Manter uma imprensa livre sem algum grupo ou pessoa pagar, é quase impossível. Manter uma imprensa atrelada, viciada ao molde feudal chega ser repugnante. O que pode ser a luz no fim do túnel para a imprensa interiorana é o cultivo de uma pauta que explore as políticas públicas, despertando assim o interesse da comunidade que pode começar a valorizar a produção de informação, pagando por esta. Para os que detêm o cargo de mandatários maiores nos municípios seria bom que refletissem sobre o direito democrático de bem informar e de ser informado, e que, vossas senhorias querendo ou não, de “biquinho” ou não, mesmo com as dificuldades a mídia alternativa existirá e continuará formando opinião. Por isso, RESPEITEM a pequena imprensa nas suas cidades, pois a “grande” nem sabe das suas existências.

segunda-feira, 11 de março de 2013

O ‘chafurdismo’ em tempos de ‘barbosismo’


MARCOS DANTAS - Existem termos poucos usados e, portanto desconhecido da maioria dos brasileiros, quem sabe até mesmo do repórter de um jornal que ouviu do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, que além de chamar o profissional de palhaço, ainda mandou que este fosse “chafurdar no lixo”.

Confesso que se não fosse o todo poderoso presidente da corte maior da nação, até o momento eu não saberia o que era chafurdar. Considerando a ordem dada pelo ministro, então pensei no verbo...
Eu (não) chafurdo
Tu chafurdas
Ele chafurda
Nós (menos eu) chafurdamos
Vós chafurdais
Eles chafurdam

“Vá chafurdar no lixo” não seria um mando inusitado se este fizesse referência aos porcos que, ‘escreveu não leu’, estão chafurdando no lixo, no lamaçal, etc. O tratamento ríspido de Joaquim Barbosa ao seu interlocutor foi justificado em nota de sua assessoria, que o ministro do Supremo estava exausto e ainda com fortes dores nas costas.

Pensando no cansaço e nas dores do Ministro e nas perguntas do repórter, bem como no silêncio de Joaquim Barbosa (após a relatoria do mensalão) quanto a ‘defesa do seu nome para presidente’ em 2014. Mas, supondo que o chefe do STF entrasse na onda da política, fico a imaginar sendo ele eleito presidente da República... sua reação ao assédio da ‘imprença’, bem como o emaranhado partidário que ele teria que brindar com cargos em troca de apoio no Congresso. E pensar que o seu cansaço e as dores lombares aumentariam tanto...

Mas em tempos de escassez de gente séria para assumir de fato uma liderança forte na esfera política tanto aqui, como em outros países, eleger comediantes, ministros do Supremo, palhaços, atletas de artes marciais, jogadores de futebol, pugilistas, cantores de forró... é mais que normal para quem por toda vida é tratado como se fosse palhaço (pejorativo), os brasileiros e brasileiras que em sua maioria, pensa pouco na hora de votar; assim, ano que vem (2014) teremos mais um teste nas urnas.

O discurso para angariar votos deve ser o básico, nem precisa falar de projetos, basta dizer que mandará políticos profissionais para casa (cadeia). Contar algumas piadas, satirizar o próprio cargo para o qual pretende ser eleito, falar qualquer coisa que agrade a maioria dos torcedores de algum time grande, em resumo, falar o que a maioria quer escutar, é o bastante para o eleitorado ungir este ou aquela para salvar a pátria.  

É hora de se começar a chafurdar! Não no lixo, mas na nossa consciência, em nossas memórias, com a intenção de não se permitir sermos o ‘lixo eleitoral’ no qual a cada pleito os politiqueiros plantonistas reviram para garantir a sua subsistência a exemplo de um deputado federal contrário ao fim dos 14º e 15º salários, pois o fim destes tirou-lhe a condição de atender eleitores que lotavam seu gabinete todos os dias em buscas de doações, inclusive de caixões de defuntos...

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Yoani Sanchez, a serviço de quem?



MARCOS DANTAS - O poder é embriagador, isto para qualquer pessoa em qualquer parte do mundo, inclusive em Cuba. A Revolução Cubana liderada por Fidel Castro foi uma grande conquista para a Ilha. Fidel e demais companheiros fizeram o melhor pelo seu povo. Cuba era uma espécie de 'zona' para os EUA, aliás, referido País mudou um pouco, mas trata a todos os outros como 'zona' para colonização.

O tempo passou, as coisas mudaram, aumentou o bloqueio econômico a Cuba, algo terrível para a população, porém o governo da Ilha buscou outros meios de compensação para os cubanos, de modo que, pelo que se sabe, a maioria não quer sair de Cuba. Certamente que a ‘briga’ entre Fidel e os EUA é algo muito além da esfera de governo, deve-se considerar a ideologia de Castro...

Quanto a blogueira Yoani Sanchez, ela tem o direito de expressão, se financiada pelos EUA ou não, isto é problema dela. Como também é problema da maioria que se sente bem por lá da maneira que vive senão já teria surgido outros 'fideis' para derrotar os castros. É condenável a perpetuação dos irmãos castros no poder, e a pergunta é, será que o governo revolucionário não tem mais homens ou mulheres capazes de zelar pela integridade cubana? Se a mão-de-ferro castrina pesa sobre os ilhéus e sobre a Yoani Sanchez, que se organizem e assumam o poder a exemplo de outras ditaduras recém-caídas. 

Para nós de cá, que vivemos numa quase 'anarquia democrática' é complicado defender ou acusar o regime cubano. Defender é dizer sim à cassação de direitos fundamentais necessários aos cidadãos. Acusar é dizer sim à política colonialista dos EUA que se coloca como juiz de todo o mundo, uma superpotência(?) capaz de reduzir a pó aqueles que se opõem ao seu regime 'ditatorial capitalista-selvagem' do qual o que é ruim para eles é bom para o resto do mundo, e vice-versa.

Confuso mesmo é grupos ligados a 'esquerda' brasileira protestar contra Yoani Sanchez, e grupos ligados a 'direita' apoiá-la... No frigir dos ovos todos têm razão, Yoani Sanchez, bem como o regime fechado de Cuba que é problema dos cubanos contra os EUA... e quanto a anárquica político-partidária (fisiológica) por aqui é um problema dos brasileiros. Com a notoriedade conquistada, Yoani Sanchez, com certeza deve se tornar a líder dos ‘contra-revolucionários’, restando saber, se a serviço do povo cubano, ou na defesa de interesses políticos e econômicos dos EUA ou de qualquer outro governo tirano bem camuflado.

Comum mesmo é a colonização dos EUA sobre o terceiro mundo (emergentes também não escapam), isto é fato para a América Latina, e para todos que consideram a democracia (economia/colonizadora) dos ianques ser modelo para si. Voltando a Yoani Sanchez, tenho minhas dúvidas quanto a sua insurreição contra o regime do seu país... fiquei um tanto pensativo quando ela disse que o Brasil precisa ser mais enérgico em criticar o regime de Fidel que atropela os direitos humanos. Repito, os problemas de Cuba são dos cubanos e das cubanas, e os problemas do Brasil, são dos brasileiros e das brasileiras.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Um Papa sem ‘papo’ na língua critica a hipocrisia religiosa


MARCOS DANTAS - Alguém já disse que quanto mais velhos ficamos, mais solta fica a língua, sem se importar se darão credito ou não. Talvez por isso Bento XVI, de 85 anos, rasgou o verbo em seu primeiro aparecimento em público depois que anunciou que dia 28 de fevereiro deixará o ‘trono vaticanal’. A mística em torno de uma eleição papal é grande e quando se trata de um pleito causado pela renúncia do mandatário da Cúria Romana, então as expectativas e exploração do assunto ainda são maiores. A última abdicação de um papa ocorreu em 1415, por Gregório XII. Considerando que, mesmo eu, não sendo nenhum ‘especialista em vaticano’, ou seja, um vaticanista, no entanto me arrisco neste comentário, diante do que já ouvi e li na imprensa.       

Vale ressaltar que a imprensa, só depois do anúncio da renúncia do Bispo de Roma é que explorou mais detalhadamente sobre determinados assuntos e até sobre a personalidade do alemão Joseph Ratzinger que foi o ‘homem forte’ durante o pontificado de Karol Wojtyła (João Paulo II), com sua marcante personalidade atuou de forma a que o tom conservador na Igreja Católica se sobrepusesse aos interesses da ala progressista. Mas o que me chamou atenção nesses dias de renúncia na capital do catolicismo foi o pronunciamento (homilia) do Pontífice durante a Missa de Cinzas, quando denunciou a “hipocrisia religiosa” e o comportamento dos que buscam somente “aplausos e aprovação”. “Jesus criticou a hipocrisia religiosa de sua época”. Bento XVI estava falando de e para quem?

O chefe maior do Vaticano acumula os cargos de líder político daquele estado, e de líder religioso da mais antiga e maior denominação do cristianismo. Portanto, conhecedor a fundo dos meandros das duas vertentes pelos bastidores do governo papal. Joseph Ratzinger (7,8 anos de papado) conviveu ao lado de Karol Wojtyła (27 anos de papado) desde os seus áureos dias, até os últimos anos de sua vida quando era visível que a sua capacidade física e administrativa já não era igual ao do ‘papa esquiador’.

A forte explicação do Vaticano para a renúncia de Bento XVI, segundo disse o próprio, é a incapacidade física e mental para continuar governando. Tal explicação perdeu peso justamente na ‘quarta de cinzas’ quando Joseph Ratzinger leu por quatro horas, em vários idiomas, a pauta que ele mesmo escreveu, além de ter chegado andando sem auxílio e permanecido de pé firme diante da multidão que o aplaudia. Na verdade a cúpula diretiva do Vaticano não sabe como será a convivência com um ex-papa e outro vigente. Já se sabe que Joseph Ratzinger viverá no Vaticano pois isto manterá sua imunidade contra eventuais processos com relação às denúncias de pedofilia que ele tem sido considerado conivente ao proteger alguns acusados que pertencem ao colégio que o elegeu e que elegerá o seu sucessor. Lembrando que 60% dos cardeais com direito a voto no Conclave foram nomeados por Bento XVI.

Sem medo de errar, qualquer mortal pode afirmar que, uma instituição milenar do nível de poder econômico e influência na maioria das nações (a opinião do Papa se não muda as coisas, forma a opinião de milhões de pessoas) da referida denominação religiosa, por mais mística que seja quanto ao espiritualismo do seu ‘gabinete’, como todas as instituições chefiadas por uma diretoria humana, seria ingenuidade pensar que dentro da mesma não haja a disputa política e mesmo o tráfico de influência, segundo alguns comentaristas, tão temido por alas nem tanto simpáticas a Bento XVI, quanto a sua interferência na eleição do sucessor e no próprio comando da instituição nos próximos cinco ou dez anos para consolidação do ‘projeto’ de Ratzinger, ou mesmo para que não haja modificação por certo tempo.

Ouvindo ainda um renomado especialista em Vaticano e no Direito Canônico, me surpreendi quando este revelou que o DC referenda o direito a qualquer cidadão, não importa sua nacionalidade, desde que professe ser católico apostólico romano, a candidatar-se a Papa. Quem o elegeria ele não deixou claro... já que, pela forma tradicional existe um colégio eleitoral (conclave) para tal fim. A pergunta é: referido colégio teria disposição para aceitar uma disputa entre um leigo e um dos 116 cardeais candidatos naturais deste colégio? Sem dúvida alguma, o jogo de interesse, projetos pessoais e de ‘bancadas’ não podem correr riscos. 

Fato é que, os verdadeiros motivos que levaram Bento XVI a renunciar do pontificado se “para o bem da igreja” é ou não, a real versão, só o tempo ou mesmo o próprio Joseph Ratzinger, que demonstra não ter ‘papo’ na língua, dirá. Se foi sua firme posição contrária a ordenação de mulheres ao sacerdócio, ou a condenação do casamento entre o mesmo sexo, e o aborto; as acusações de pedofilia pesando sobre  integrantes do alto clero, além da freada na teologia da libertação. Porém, a primeira impressão que se tem quando se pensa um pouco sobre as palavras do Papa “estão querendo manipular Deus para seus próprios benefícios”, se não estaria ele querendo dizer que a sua abdicação à chefia da igreja seria para não ser ele (vencido pela idade) manipulado quando sem forças físicas e mentais para tomar ou manter decisões cruciais, talvez lembrando ele dos últimos anos do pontificado do seu antecessor, teme ter que trilhar o mesmo caminho?

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Ajuntando o fútil ao desagradável



MARCOS DANTAS - Qualquer semelhança desse texto com o reveillon próximo passado, e com esses dias carnavalescos é mera coincidência...
Era eu de idade tenra quando ouvia os ‘mais velhos’ comentarem – não se tem mais reveillon e carnaval como antigamente – então eu comentava com meus botões – como são cafonas esses velhos. Os dias foram passando, digo os anos... e, quando me vi, cá estava; não tão velho quanto os cafonas da minha juventude, porém julgando a degradação musical das festas ‘reveillinas/carnavalinas/juninas’...

‘Naquele tempo’ as músicas eram de acordo as épocas. Mas de alguns anos pra cá o que se vê é tudo junto e misturado. Muito semelhante ao comportamento, em especial da juventude que, igual à ótica ‘daqueles mais velhos’ que falavam da degeneração juvenil de seu tempo. Se se comparasse a marchinha “Jardineira” anos 50, com “Nega do cabelo duro” anos 80, era patente o declínio no gosto musical. Aliás, gosto é igual a bumbum, cada um tem o seu... e sabe quando e como usa-lo de acordo a necessidade fisiológica requerida.

E por falar em bumbum, (nunca na história deste país) o mesmo fora tão rebolado e cantado. Nem mesmo as chacretes (do Chacrinha) e as boletes (Clube do Bolinha), conseguiram pejorar tanto as nádegas como nessas duas últimas décadas marcadas pela aparição das ‘bundas cantantes’ e rebolantes na boquinha da garrafa e noutras invenções (Tiazinha) tão fúteis quanto as próprias melodias e letras desagradáveis a exemplo do rebolation, aos tímpanos e mentes pensantes. O que dizer em tempos de “Ah se eu te pego”, “Eu quero tcha...”, etc.

É admirável que a exploração audiovisual envolvendo o bumbum feminino é supervalorizada pela maioria das mulheres que, em tempo, são mais que desvalorizada pelo estilo funk que as trata ou compara-as sordidamente a cadelas. Como se não bastasse, dias desses ouvia por acaso uma entrevista com um grupo de moças que classificavam o estilo musical que se apresentavam nos shows como ‘estilo pegadora’, sendo questionada insistentemente por um crítico sobre o estilo de músicas que cantavam e estas respondiam atônitas “tipo assim, estilo pegadora mesmo...”. Ficou o dito pelo não dito.

Eu não sou fã de determinada dupla ‘sertaneja’ que saiu de ‘linha’ e recentemente voltou ao palco, mas atentei para a observação que fizeram durante uma entrevista. “Nossas músicas, diferente de tantas que denigrem a imagem da mulher, falam do quanto elas são importantes para a vida de todos os homens...”. Essas palavras ressoaram forte quando vi algumas jovens dançando um funk além das inúmeras palavras ininteligíveis sobre as mulheres, estas eram bem audíveis “essa bunda é minha, esse peido é meu”. 

Enfim, toda inutilidade artístico-cultural(?) aos olhos de alguns, e que embalam toda festinha(?!) nada mais é que o ajuntamento do fútil ao desagradável. Será que podemos atribuir esta decrescente cultura das massas à influência televisiva pelas telenovelas e programas de auditórios recheados de futilidades, laboratórios para o surgimento de bobagens como big brothers? Porém, até para isto tem platéia.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Religião e política: fé que outorga poder à ‘escolhidos(!?)’



MARCOS DANTAS - A exemplo de todas as opiniões emitidas ou omitidas, esta aqui também não fecha questão, pois toda discussão que envolve religião, política e futebol nunca é fechada com um definitivo ‘ponto final’. Como a cada dia vemos o surgimento de políticos-religiosos, ou religiosos-políticos, bem como a crescente defesa por muitos, de um Estado laico, então resolvi, quem sabe, apimentar um pouco esta discussão, ou mesmo misturar-me a aqueles que comungam com o mesmo pensamento.

É fato a ‘conversão’ quase que instantânea, quando se aproxima as eleições, de políticos em religiosos, e religiosos procurando abrigo em alguma sigla partidária; gestação para uma candidatura que represente o ‘povo cristão’. Assim, Fé que outorga poder à ‘escolhidos(!?)’ pode ser um título de sentido dúbio, no entanto expressa mais uma opinião desde um ponto de vista pessoal de alguém que, possui orientação Cristã, baseada unicamente pelas escrituras bíblicas, não em qualquer que seja a teologia denominacionalista, das vertentes existentes na área ‘igrejista’; contudo, sem aqui criticar ou elogiar o sistema ‘cristianista’, respeitando a liberdade de culto, o qual cada um tem o direito constitucional de exerce-lo, inclusive os ateus de não crerem em uma divindade.

Isto posto, eu também questionaria veementemente o Deus, seja ele evocado por qualquer das correntes religiosas, se para prevalecer uma ‘obra’ sua entre os mortais, se seria necessário o apoio político, e até ‘bancadas’ nos parlamentos? Por esta ótica se vê um ‘todo poderoso’ tão fraco quanto à esperteza daqueles que, sob uma bandeira religiosa denominacional se locupletam das benesses do poder político vendendo sorrateiramente os votos dos incautos fãs que pensam estarem fazendo a vontade de Deus, enquanto seus líderes se tornam influentes amigos do ‘poder terreno’. A pergunta que não quer se calar: que deus imortal é este que mendigaria a força de reles mortais para fazer valer suas pretensões?

Contudo, falando da Bíblia, quem pelo menos é estudioso dos livros que compõem o Velho e Novo Testamentos compreende que os profetas-mensageiros de ‘Jeová’, e o próprio Jeová feito homem, ‘Jesus’ de Nazaré além de não comungarem com as religiões da época, em sua maioria, confrontavam o poder dominante que, geralmente estava ‘casado’ com alguma das principais denominações religiosas.

É conhecido pela história que a primeira denominação chamada cristã, firmou suas bases sob a imposição político-religiosa por meio de mandatários que viram na fé dos plebeus uma arma poderosa para a dominação. Aproximadamente 1.200 anos depois de estabelecido este ‘novo poder religioso’ surgiu a reforma protestante, isto no ano 1.516, confrontando com a poderosa e controvertida doutrina da indulgência, onde dominadores ou abastados financeiros poderiam pagar pelo perdão dos seus pecados, em sua maioria, crimes hediondos.

Aqui entre nós, 500 anos depois, que diferença há entre o primeiro poder político-religioso estabelecido no início da era cristã, e as milhares de outras denominações religiosas oriundas do protestantismo, convertidas no mundo evangélico, quando a maioria dos seus líderes está envolvida de alguma forma com a política, a qual os ‘escolhidos’ representantes estão aptos para a defesa dos interesses do ‘seu povo’ opressado pelo denominacionalismo e politiquismo desenfreado.

Evidentemente que, esta relação incestuosa entre o igrejismo e a política se não torna fraco o Deus todo Poderoso que ‘tudo pode’, deixa uma grande margem para a interpretação de que sem a política é impossível a subsistência da obra divina na terra, ou neste País. Se este pensamento estiver errado que se reescreva então: - Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos. (Isaías 55:8-9).