MARCOS DANTAS - Em conta rápida encontramos que a presidente
Dilma Rousseff é apenas mais uma somada aos 81 senadores, 513 deputados
federais, centenas de deputados estaduais, 5.565 prefeitos, e milhares de
vereadores espalhados por todo esse Brasil e que certamente compartilham com a
representante maior da Nação, e de todos os políticos (raras exceções), a
sonora vaia que recebeu quando da abertura da Copa das Confederações.
Fato é que, a onda de protestos tomou conta do País e o que
mais chama a atenção é que as manifestações não são lideradas por nenhum
político, não tem bandeira partidária... Sociólogos, e pesquisadores do
comportamento humano se esforçam por entender o ‘fenômeno’ mas já atribuem a
mobilização à Internet, por meio das redes sociais, utilizadas em outros países
como veículo para denunciar e articular protestos semelhantes aos que ocorrem
atualmente no Brasil.
Novesfora os atos de vandalismo (patrocinados por quem?) que
resultam em depredação de patrimônios público e privado, por parte de grupos
que tenta apagar o brilho das manifestações, todos os brasileiros, tão bem
representados por esses milhares de patrícios (inclusive pelos que moram no
exterior), que durante esses dias vão às ruas demonstrar a insatisfação com a
forma como este País está sendo conduzido há anos, não escondem que estão de
almas lavadas lotando ruas, avenidas e praças exigindo dos que estão a frente
do estado, o mínimo de respeito!
E maio próximo passado, o governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin (PSDB), em discurso, criticou a impunidade no Brasil dizendo que o
"povo não sabe de um décimo do que se passa contra ele...", "se
não, ia faltar guilhotina para a Bastilha, para cortar a cabeça de tanta gente
que explora esse sofrido povo brasileiro". Se o tucano paulista resolveu
dar a entender que sabe desse ‘segredo’ é porque certamente sabe muito mais do
que quis dizer. Inclusive foi um dos primeiros a classificar a manifestação do
povo de ‘baderna”, de “vandalismo”, e colocou sua força policial contra os
manifestantes, que bateu pra valer em quem desafiou o regime autoritário
paulista.
Mas quando você pensa que nada mais pode ficar pior nesse
Brasil varonil, eis que as majestosas autoridades, em especial lá de Brasília,
do alto de suas ‘santas inocências’ declaram que estão por entender do porquê
das manifestações... Senhores(as) autoridades, só para ajudá-los a conhecer o
Brasil que os senhores não conhecem, então apresento-lhes cinco pontos do
quotidiano dos brasileiros:
1 – coloquem seus filhos para estudarem nas escolas
públicas.
2 – marquem suas consultas médicas e odontológicas nos
postos de saúde.
3 – viagem de ônibus, metrô e trem.
4 – peguem suas famílias e andem a pé a noite pelas ruas das
cidades, a exemplo de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, e tantas
outras...
5 – sobrevivam com 1 salário mínimo de R$ 678,00...
Nem o futebol, uma ‘paixão nacional’, em tempo de copas
(confederações/mundo) está sendo suficiente para conter as multidões em casa. O povo não aceita
mais o ‘pão e circo’, despertou do sonho que virou pesadelo quando bilhões de
reais são gastos em estádios, com obras superfaturadas, enquanto serviços
essenciais são oferecidos à população com baixíssima qualidade. Desta vez a
‘pátria de chuteira’ dá uma goleada de cidadania e grita para os
‘des-governantes’: sou seu patrão, pago e muito bem a vocês para administrarem
para mim, e chega de malandragem! Não aceitamos mais esse sistema corrupto de
administrar que não respeita quem paga seus altos salários e mantêm suas
mordomias!
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