quarta-feira, 19 de junho de 2013

Vaias à Dilma são extensivas a quantos políticos mais?



MARCOS DANTAS - Em conta rápida encontramos que a presidente Dilma Rousseff é apenas mais uma somada aos 81 senadores, 513 deputados federais, centenas de deputados estaduais, 5.565 prefeitos, e milhares de vereadores espalhados por todo esse Brasil e que certamente compartilham com a representante maior da Nação, e de todos os políticos (raras exceções), a sonora vaia que recebeu quando da abertura da Copa das Confederações.

Fato é que, a onda de protestos tomou conta do País e o que mais chama a atenção é que as manifestações não são lideradas por nenhum político, não tem bandeira partidária... Sociólogos, e pesquisadores do comportamento humano se esforçam por entender o ‘fenômeno’ mas já atribuem a mobilização à Internet, por meio das redes sociais, utilizadas em outros países como veículo para denunciar e articular protestos semelhantes aos que ocorrem atualmente no Brasil.

Novesfora os atos de vandalismo (patrocinados por quem?) que resultam em depredação de patrimônios público e privado, por parte de grupos que tenta apagar o brilho das manifestações, todos os brasileiros, tão bem representados por esses milhares de patrícios (inclusive pelos que moram no exterior), que durante esses dias vão às ruas demonstrar a insatisfação com a forma como este País está sendo conduzido há anos, não escondem que estão de almas lavadas lotando ruas, avenidas e praças exigindo dos que estão a frente do estado, o mínimo de respeito!

E maio próximo passado, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em discurso, criticou a impunidade no Brasil dizendo que o "povo não sabe de um décimo do que se passa contra ele...", "se não, ia faltar guilhotina para a Bastilha, para cortar a cabeça de tanta gente que explora esse sofrido povo brasileiro". Se o tucano paulista resolveu dar a entender que sabe desse ‘segredo’ é porque certamente sabe muito mais do que quis dizer. Inclusive foi um dos primeiros a classificar a manifestação do povo de ‘baderna”, de “vandalismo”, e colocou sua força policial contra os manifestantes, que bateu pra valer em quem desafiou o regime autoritário paulista.

Mas quando você pensa que nada mais pode ficar pior nesse Brasil varonil, eis que as majestosas autoridades, em especial lá de Brasília, do alto de suas ‘santas inocências’ declaram que estão por entender do porquê das manifestações... Senhores(as) autoridades, só para ajudá-los a conhecer o Brasil que os senhores não conhecem, então apresento-lhes cinco pontos do quotidiano dos brasileiros:
1 – coloquem seus filhos para estudarem nas escolas públicas.
2 – marquem suas consultas médicas e odontológicas nos postos de saúde.
3 – viagem de ônibus, metrô e trem.
4 – peguem suas famílias e andem a pé a noite pelas ruas das cidades, a exemplo de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, e tantas outras...
5 – sobrevivam com 1 salário mínimo de R$ 678,00...

Nem o futebol, uma ‘paixão nacional’, em tempo de copas (confederações/mundo) está sendo suficiente para conter as multidões em casa. O povo não aceita mais o ‘pão e circo’, despertou do sonho que virou pesadelo quando bilhões de reais são gastos em estádios, com obras superfaturadas, enquanto serviços essenciais são oferecidos à população com baixíssima qualidade. Desta vez a ‘pátria de chuteira’ dá uma goleada de cidadania e grita para os ‘des-governantes’: sou seu patrão, pago e muito bem a vocês para administrarem para mim, e chega de malandragem! Não aceitamos mais esse sistema corrupto de administrar que não respeita quem paga seus altos salários e mantêm suas mordomias!

As vozes das ruas clamam que não suporta mais o fisiologismo partidário, as negociatas de gabinetes, as propinas, a venda de mandatos e legendas que se transformam em maior tempo nos horários políticos eleitorais. Respeito! É o que o povo quer. Onde está a dificuldade de entendimento dos que dizem não entender ainda as manifestações, será que é preciso desenhar mais do que isso? Reforma política e tributária também são bandeiras de reivindicações. Os 20 centavos de aumento nas passagens foram apenas a centelha que acendeu a grande fogueira que começou a queimar esse sistema viciado e o transformará em canal que viabilize de fato o desenvolvimento a e distribuição de renda de forma justa e eficaz a ponto de acabar com a pobreza no País.

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