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CAMPANHA POLÍTICA ‘SE FAZ O DIABO’. ASSIM SENDO, QUEM NÃO
TIVER PECADO, QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA...
MARCOS DANTAS - É mesmo que ‘cantiga de grilo’ o que já se
ouviu falar do pastor/deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP). Referido
deputado que era apenas conhecido por seus eleitores no colégio eleitoral
paulista e por membros de uma das vertentes da igreja (Assembléia de Deus) a
qual faz parte, depois que foi eleito presidente da Comissão dos Direitos Humanos
e Minorias, ganhou notoriedade ‘gratuita’ em todo Brasil e, fora
dele, pela sua postura controvertida frente a uma Comissão ‘espinhosa’ de ser
presidida especialmente para quem tem pontos definidos dentre outros temas “união
civil de pessoas do mesmo sexo”, “negritude”, etc...
Entre tantas falas e ‘desfalas’ do Marco Feliciano
destaca-se a que ele se justifica afirmando que uma coisa é ele falando como (deputado)
presidente da CDH e Minorias, e outra coisa é ele falando como pastor... se é
possível separar o homem de suas falas de acordo o seu ofício do momento então
não sei por que de tanta falação sobre quem depois do seu envolvimento com os percalços
com tal Comissão, ostenta mais notoriedade que a presidente Dilma e outros
pré-candidatos ao Planalto em 2014. Injustiças à parte, este artigo cita o nome
do deputado nada menos que onze vezes, e assim ele ganha mais um ponto...
A CDH e Minorias é uma bucha de canhão, e os partidões
ratearam as comissões ‘mais importantes’ entre si, restando justamente a de
Direitos Humanos (importante para a MAIORIA das MINORIAS) para o PSC do
Feliciano. Aí começou a ‘ladainha’ sem fim. Não defendo e nem acuso o pastor/deputado
Marco Feliciano, até porque ele tem o direito de está presidente da Comissão,
pois fora eleito ‘rateadamente’, digo, democraticamente pelos seus pares lá em Brasília. Admirei
sua firmeza em dizer que renunciaria seu direito de dirigir a CDH e Minorias, se
também os ‘mensaleiros condenados’ renunciassem seus postos na CCJ (Comissão de
Constituição e Justiça). Ponto para o Feliciano!
Do lado de cá, por trás do teclado do meu PC, frente a esta
tela fria do monitor, continuo me perguntando o quê faz um pastor metido com a
política. Será que querem ‘religiosijar’ a política, ou ‘politicalizar’ a
religião? Essa prática tem demonstrado ao longo do tempo que as duas versões
são fatos. Porém, isto não seria tão escandaloso se não fosse a mistura, a
mística que se cria em torno de nomes de ‘escolhidos’ como se fossem salvadores
ungidos da pátria, ávidos ou bem pagos para defenderem a denominação ‘a’ ou ‘b’
através dos palanques, digo púlpitos, nestas igrejas que estão mais para votação
que evangelização. O DEUS criador dos Céus e da Terra (Gênesis
1:1) carece de bancada evangélica para defender ou respaldar a sua Obra?
Contudo, pelo sim, pelo não, o até outro dia desconhecido
Marco Feliciano que engrossava o número de deputados que compunha a ‘bancada
evangélica’ virou manchete em todos os noticiários. O que de início parecia o
fim da sua neo-carreira política, fritado pela pressão dos grupos
representativos das minorias, isto se tornou a alavanca de sucesso para o
marketing político do deputado que, igualmente o número de defensores do
casamento entre sexos iguais, e ‘pedem a cabeça’ de Feliciano, também o número de
religiosos que defendem a irreversível posição do presidente da CDH e Minorias
em não renunciar ao cargo, e ainda avalizam suas declarações consideradas
homofóbicas e racistas, talvez supere em número contrário à permanência de
Feliciano na Comissão.
Enquanto a população se distrai com a digladiação entre ‘as
minorias’ e os evangélicos, os atos duvidosos da maioria, a barganha política
ascende por trás das cortinas no centro do poder em Brasília. Quanto
aos projetos, as discussões na Comissão dos Direitos Humanos e Minorias, ficam
em segundo, terceiro, ou quarto plano; o que importa é o PSC ou seja lá que ‘p’
fosse, continuar sentado no trono, possesso pelo poder em detrimento às causas
públicas. O partido e o deputado visualizaram rapidamente que o lucro com o
debate que ganhou proporções negativas e que logo fora convertida em fator
positivo (marketing) sobrepõe os anseios e o direito de cada um(a) fazer o que
bem entender da sua vida, bem como o próprio Feliciano e todos que pensam igual
a ele, também de pensarem e acreditarem assim.