MARCOS DANTAS - Até que tentei mas não consegui gostar de futebol. Assim sendo sou meio que suspeito em dar ‘pitaco’ em assuntos afins. Contudo, ‘da mó do outro’, em copa do mundo todos viram comentaristas, árbitros, técnicos, atacantes, goleiros, e até gandulas. Aproveitando dessa premissa me atrevo analisar o clima da maior festa do futebol destacando a falta de gingado (característica do que tem ginga, que tem molejo...), claro, impedido pelo padrão Fifa - Federação Internacional de Futebol; imposto ao governo brasileiro em visível interferência externa.
Há sete anos, por sua vez a cúpula do Planalto (o então
presidente Lula e assessores) não consultou a população se esta era favorável
ou não a copa ser realizada aqui. Talvez pela tradição(?) de o Brasil ser o
país do futebol, se sentiu a vontade para tomar a decisão pelos passivos brasileiros
‘futebolmaníacos que param o Brasil’ por ocasião de copa do mundo (da
Fifa).
Chegada a hora da ‘onça beber água’, a maioria dos estádios palco
das disputas não está cem por cento com suas obras concluídas... além do
superfaturamento das reformas e construções desses, em detrimento a falta de maior
investimento em serviços básicos como saúde e educação, estradas, transportes
públicos e segurança, o responsável pelo estouro de protestos inclusive contra
a copa em todo o país, começando pela rejeição do reajuste de 0,20 centavos nas
conduções coletivas das principais cidades em todos os estados.
Mas e a paixão dos brasileiros pelo futebol? Alguém poderá
responder que é coisa do passado, paixão das copas 1958, 1962, 1970... (depois 1994/2002),
Brasil Campeão! Auge do governo ditatorial - "noventa milhões em ação /
Pra frente Brasil / Do meu coração/ Todos juntos vamos /Pra frente Brasil /
Salve a seleção" – era a nação ‘contra’ o mundo... enquanto nos quartéis e
no Planalto as mazelas e atrocidades eram articuladas com a indiferença da
população que vibrava nas ruas. Para os ‘heróis’ chegando do México, honras
militares e aplausos do povo doravante ‘esfaqueado pelas costas’.
A presidente para alguns, presidenta para outros, Dilma Rousseff
afirma que esta será a copa das copas... tomara que seja mesmo, pois até agora
o quê se vê é uma copa atípica, pouco entusiasmo popular como se via em anos
anteriores, apenas aqui e acolá alguns tímidos enfeites de ruas, talvez podendo
aumentar com o início dos jogos e possíveis vitórias da seleção canarinho.
Governos Federal, estaduais e municipais devem preocupar de fato com a
segurança especialmente de crianças e adolescentes que podem ser presas fáceis
do assédio para a prostituição e drogas, pois o legado social para o Brasil
poderá ser negativo.
O comércio e o setor de turismo, que podem faturar com a
‘invasão’ de turistas nas cidades sedes dos jogos, e que esperam o retorno
almejado, sentem a falta de articulação encetada pelo ministério e secretarias
estaduais e municipais de turismo para programação que envolvesse turistas e
populações locais. As copas até 1970, esta realizada no México certamente não
colocou referidos países tanto em evidência nos quatro cantos do planeta quanto
esta no Brasil, cinqüenta e seis anos depois do primeiro título, realmente é a
‘copa das copas’ em termos midiáticos, e o Brasil é mostrado e comentado em
todos os quadrantes, certamente o superfaturamento das arenas poderá ser
compensado com o retorno do turismo pós-copa, embora isto não isente os
(i)responsáveis da culpa pelos desmandos.
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