quinta-feira, 12 de junho de 2014

Começou a Copa do Mundo da FIFA sem gingado


MARCOS DANTAS - Até que tentei mas não consegui gostar de futebol. Assim sendo sou meio que suspeito em dar ‘pitaco’ em assuntos afins. Contudo, ‘da mó do outro’, em copa do mundo todos viram comentaristas, árbitros, técnicos, atacantes, goleiros, e até gandulas. Aproveitando dessa premissa me atrevo analisar o clima da maior festa do futebol destacando a falta de gingado (característica do que tem ginga, que tem molejo...), claro, impedido pelo padrão Fifa - Federação Internacional de Futebol; imposto ao governo brasileiro em visível interferência externa.

Há sete anos, por sua vez a cúpula do Planalto (o então presidente Lula e assessores) não consultou a população se esta era favorável ou não a copa ser realizada aqui. Talvez pela tradição(?) de o Brasil ser o país do futebol, se sentiu a vontade para tomar a decisão pelos passivos brasileiros ‘futebolmaníacos que param o Brasil’ por ocasião de copa do mundo (da Fifa). 

Chegada a hora da ‘onça beber água’, a maioria dos estádios palco das disputas não está cem por cento com suas obras concluídas... além do superfaturamento das reformas e construções desses, em detrimento a falta de maior investimento em serviços básicos como saúde e educação, estradas, transportes públicos e segurança, o responsável pelo estouro de protestos inclusive contra a copa em todo o país, começando pela rejeição do reajuste de 0,20 centavos nas conduções coletivas das principais cidades em todos os estados.

Mas e a paixão dos brasileiros pelo futebol? Alguém poderá responder que é coisa do passado, paixão das copas 1958, 1962, 1970... (depois 1994/2002), Brasil Campeão! Auge do governo ditatorial - "noventa milhões em ação / Pra frente Brasil / Do meu coração/ Todos juntos vamos /Pra frente Brasil / Salve a seleção" – era a nação ‘contra’ o mundo... enquanto nos quartéis e no Planalto as mazelas e atrocidades eram articuladas com a indiferença da população que vibrava nas ruas. Para os ‘heróis’ chegando do México, honras militares e aplausos do povo doravante ‘esfaqueado pelas costas’.

A presidente para alguns, presidenta para outros, Dilma Rousseff afirma que esta será a copa das copas... tomara que seja mesmo, pois até agora o quê se vê é uma copa atípica, pouco entusiasmo popular como se via em anos anteriores, apenas aqui e acolá alguns tímidos enfeites de ruas, talvez podendo aumentar com o início dos jogos e possíveis vitórias da seleção canarinho. Governos Federal, estaduais e municipais devem preocupar de fato com a segurança especialmente de crianças e adolescentes que podem ser presas fáceis do assédio para a prostituição e drogas, pois o legado social para o Brasil poderá ser negativo.

O comércio e o setor de turismo, que podem faturar com a ‘invasão’ de turistas nas cidades sedes dos jogos, e que esperam o retorno almejado, sentem a falta de articulação encetada pelo ministério e secretarias estaduais e municipais de turismo para programação que envolvesse turistas e populações locais. As copas até 1970, esta realizada no México certamente não colocou referidos países tanto em evidência nos quatro cantos do planeta quanto esta no Brasil, cinqüenta e seis anos depois do primeiro título, realmente é a ‘copa das copas’ em termos midiáticos, e o Brasil é mostrado e comentado em todos os quadrantes, certamente o superfaturamento das arenas poderá ser compensado com o retorno do turismo pós-copa, embora isto não isente os (i)responsáveis da culpa pelos desmandos.

Quanto a atipicidade do povo em relação ao Mundial de Futebol deve-se, afirma alguns, ao engessamento da Copa explorada pela entidade/empresa que profissionalizou de tal forma a ‘pelada do mundo’ que agora é da Fifa, que o gingado típico não é mais visto nem mesmo pela torcida que ‘perdeu’ até o pagode já que os mandatários da entidade registraram a patente (domínio) do nome mais popular da roda de samba entre a maioria dos brasileiros. Outra explicação pode ser a de que a maioria dos brasileiros entende que jogadores e dirigentes não vestem a camisa para defenderem o Brasil e sim seus ricos salários (como sempre) e a fama advinda dos lances e atitudes às vezes controversas, que os leva às primeiras páginas dos jornais, revistas e manchetes dos telejornais.

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