A voz das ruas... |
MARCOS DANTAS - Estive pensativo durante todo o primeiro turno das eleições,
talvez esperando o segundo, quando se teria um quadro mais claro do processo de
ratificação para o atual governo, ou a substituição da cúpula governamental. O
'hilário/otário' eleitoral não serviu e nem serve de parâmetro para se extrair
alguma boa ideia ou inspiração até mesmo para votar. O ‘carrossel eleitoral’ liderado
pela Dilma (PT), agora seguida de perto por Aécio (PSDB), continua não atraindo
a minha atenção, acredito que de pelo menos mais 37 milhões de outros
brasileiros e brasileiras.
Vamos para mais uma importante eleição, sem um BUM político,
os mais sarcásticos dizem que o que temos é um PUM eleitoreiro contumaz e não
uma disputa entre direita e esquerda, capaz
de empolgar além dos militantes (maioria paga) que empunham as bandeiras 13 e
45. E a desgastada polarização de 16 anos com o
velho discurso enferrujado embalado pelo programa ‘obrigatório’ eleitoral que
de gratuito não tem nada.
Somados abstenção, nulos e brancos temos um recorde em
relação a 2010, 29,03%. Significa que mais de 27 milhões de eleitores não
compareceram às urnas, mais de 4 milhões votaram em branco, e mais de 6 milhões
anularam o voto. Aproximadamente 38 milhões de eleitores, insatisfeitos com o
atual sistema eleitoral, não é uma insatisfação com Dilma (PT), Aécio (PSDB) ou
mesmo a Marina (PSB) que sucumbiu no primeiro turno. Na verdade o resultado para
presidente poderia assim ser divulgado: Dilma 41,59%, Aécio 33,55%, (Insatisfeitos
29,03%) e Marina (PSB) 21,32%.
A leitura destes 29,03%, que virtualmente ficaram em
terceiro lugar é que de fato deve interessar a todos, ultrapassou o fenômeno
Marina que esteve a frente de Aécio e que por alguns dias passou a ideia de que
disputaria com Dilma o segundo turno. Sem desprezar o forte indício de que a
obrigatoriedade do voto tenha suscitado um novo sentimento no eleitor, já que a
primeira lição democrática é enfática: O VOTO É OBRIGATÓRIO. Revoguem-se as
disposições em contrario, pode ser que os protestos entre maio e junho passados
que levaram milhões às ruas instigados inicialmente pelo aumento das tarifas no
transporte público (20 centavos), incorporando o grito contra todas as mazelas
da maioria dos agentes políticos, agentes policiais, agentes da justiça, etc.
nas três esferas da federação, despertaram silenciosamente neste pleito.
Outro aspecto a ser observado o
processo desgastante tanto para a presidente-candidata, quanto para eleitores e
a máquina administrativa que ainda serve de palanque e dar uma considerável
vantagem a quem detem o poder. A reeleição implementada por Fernando Henrique
Cardozo custou caro aos brasileiros, o congresso (minúsculo mesmo) se
aproveitou da situação e as bancadas leiloaram os votos pela aprovação da
emenda constitucional, e dela desfrutaram o próprio FHC, o Lula, e Dilma que a
pleiteia. Dia desses ouvi um analista dizer que “infelizmente no Brasil a
reeleição não deu certo”.
Adorei o texto. Vc fala por nós outros que cá ficamos. Um dia verei um político
ResponderExcluirnão prometer, não mentir, não obrigar, não subestimar e, de fato, trabalhar sem
pensar em lucros(será?) Parabens pelo artigo.