sexta-feira, 13 de julho de 2012

Candidatos, o Photoshop e você, nada a ver...



MARCOS DANTAS - Ao que tudo indica, o projeto de lei 6853/10, denominado de ‘Lei do Photoshop’, autoria do deputado Wladimir Costa (PMDB-PA), não ‘pegou’, ou seja, àqueles que poderiam aprová-lo seria os também diretamente prejudicados em seus ‘disfarces’...

Dias atrás, algumas musas(?) foram motivos do conhecido ti-ti-ti por causa do uso em demasia do Photoshop nas suas imagens, nas quais foram ‘retirados’ o óbvio, ou seja, aquilo que todo mundo vê e sabe que elas têm, a exemplo de celulites, estrias, verrugas e manchas em locais de ‘fácil visibilidade’.

No entanto, o que chama atenção até dos menos observadores são as transformações faciais daqueles e daquelas que disputam as eleições. Não sei exatamente quando e quem começou a utilizar o recurso Photoshop nas imagens (santinhos) durante a campanha política. O fato é que na maioria dos casos chega a ser ridícula as mudanças aplicadas, talvez para agradar o eleitorado, ou quem sabe alimentar no ‘retocado’ uma exagerada vaidade enrustida. Para os que te conhecem, a medida do retoque poderá revelar o tamanho da sua personalidade e do seu caráter. 

Lembro-me que nas eleições de 2008 uma amiga colecionava santinhos de todos os candidatos. Perguntei-lhe sobre aquele hobbie e ela disse que era para aliviar o stress do horário político na TV e rádio, pois ao olhar os santinhos, conhecendo de verdade as carrancas dos candidatos, dava risadas ao vê-los com as caras “bunda de bebê”. Diversão às custas daqueles que se envergonham do que em realidade são e escondem(?) em suas faces pintadas e retocadas.   

A Lei do Photoshop, que já vigora em alguns países, se um dia for aprovada no Brasil, exigirá que nas imagens modificadas conste o seguinte aviso - IMAGEM RETOCADA PARA ALTERAR A APARÊNCIA FÍSICA DA PESSOA RETRATADA – nada mais justo, afinal a lei que protege o consumidor combate a propaganda enganosa, ou seja, você não pode comprar gato por lebre... além do que, o tiro pode sair pela culatra, o eleitor poderá enxergar por trás dessa ‘forte mudança de traços’ uma fraca personalidade do ser.

Enquanto não temos a lei, vamos nos divertindo com os ‘retratos manipulados digitalmente’ votando nas ‘caras novas’ sabendo que são velhos conhecidos enrugados e enferrujados pelo tempo e pela idéia da falsa aparência que só serve de motivo para rirmos pra não chorarmos pela pobreza de ideais, e da falta de propostas inovadoras e sérias em favor dos menos favorecidos que não têm como disfarçar suas misérias com o Photoshop.

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